Coleção Molongó

Coleção de brinquedos educativos feita em imersão na comunidade Nova Colômbia, dentro de reserva de desenvolvimento sustentável no Amazonas | Rosenbaum + Fetiche + Bertjan Pot + Sarah Colson

Coleção de brinquedos educativos desenvolvida na comunidade Nova Colômbia, dentro de reserva de desenvolvimento sustentável no Amazonas, Rosenbaum + Instituto A Gente Transforma.
 

O Design a serviço do brincar.
Nossas crianças já podem brincar com os frutos da floresta.

A coleção de brinquedos educativos Molongó nasce pelas mãos da comunidade Nova Colômbia, situada na reserva de desenvolvimento sustentável de Mamirauá, no Amazonas. São 12 famílias ribeirinhas que vivem da pesca, do plantio e artesanato.

A convite da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), o Instituto A Gente Transforma desenvolveu a coleção, utilizando madeira da árvore Molongó (Malouetia tamaquarina), espécie amazônica esguia, de galhos leves, que está em processo de manejo experimental, através do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
Os brinquedos integram o Programa Primeira Infância Ribeirinha, coordenado pela FAS. Estimulam, além de habilidades essenciais para o desenvolvimento infantil, o reconhecimento da identidade local e viabilizam o crescimento de um negócio social.

Os brinquedos de Molongó foram desenvolvidos pelos designers Marcelo Rosenbaum e Paulo Biacchi (Fetiche Design). Uma estrutura de marcenaria foi montada na comunidade para o aproveitamento da 100% da árvore. A estrutura de produção na comunidade foi viabilizada pelo projeto e pela equipe da Fas, com consultoria do Leandro Marcato, fundador da Veromobili. O treinamento para a produção de serigrafia nas peças foi feito pelo M.O.A Estudio.

Em 2019, 80 agentes comunitários de saúde trabalharam com os novos kits de brinquedos. Uma segunda produção está programada para 2020 e será destinada às próprias famílias que receberão os brinquedos em suas casas.

 

Fotos

LOCALIZAÇÃO

Nova Colômbia é uma comunidade ribeirinha que tem como principal fonte de renda a pesca, a agricultura familiar e o artesanato talhado em madeira. A comunidade fica no paraná do Jarauá, um braço do Rio Japurá afluente do rio Solimões e é formada por 12 famílias.

   

A GENTE TRANSFORMA – MOLONGÓ

O A Gente Transforma foi convidado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) – em parceria com o Instituto Lojas Renner, Fundo Newton, British Council, Global Canopy Programme e Instituto Mamirauá, para desenvolver iniciativas de economia inclusiva e criativa baseadas na valorização do potencial local e do desenvolvimento de habilidade de negócios. O projeto contou ainda com apoio do Banco Bradesco, Fundo Amazônia/BNDES e Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

O projeto faz parte de uma estratégia de valorização da floresta em pé, que resulta do manejo da espécie Molongó, uma árvore de tronco fino e alto, abundante na região de Nova Colômbia utilizada no artesanato local. O objetivo deste projeto é melhorar os meios de subsistência desta população, com o desenvolvimento de produtos para inserção no mercado, comunicando a identidade da comunidade e a possibilidade de geração de negócios inclusivos a partir do manejo da floresta amazônica.

Trabalhamos em sincronia com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá para implementar uma área de manejo experimental desta espécie para ampliar os benefícios ambientais, sociais e econômicos da atividade.

TECNOLOGIA SOCIAL

O A Gente Transforma usa a ferramenta do design como um laboratório, para dedicar um olhar integral para o contexto e para criar uma estratégia de projeto, que tenha no centro do problema a conquista de autonomia da comunidade.

O processo é de desenvolvimento de uma analise sofisticada e objetiva que trabalhou com os seguintes pontos:

A comunidade produzia objetos de madeira desperdiçando 70% da árvore, que leva 30 anos para atingir o ponto de manejo.

Os objetos tinham uma linguagem figurativa que representavam a fauna amazônica. Este aspecto lúdico atraía a criança, que era proibida de brincar porque os objetos tinham valor monetário para a família;

Enormes os desafios logísticos que este produto tem que enfrentar, para encontrar viabilidade econômica no mercado.

O projeto desenhou então sua atuação dentro do mercado local, suprindo a demanda de brinquedos educativos que são comprados pelo Programa Primeira Infância Ribeirinha (PIR) para a utilização dos agentes de saúde na própria comunidade.
O projeto desenha então um modelo de economia circular, no próprio Estado do Amazonas, estimula não apenas a produção, mas também o uso dos objetos pelas própria comunidade que os produziu, promovendo o reconhecimento de sua própria identidade, fortalecendo o brincar e gerando resultados financeiros para os artesãos envolvidos. Olhamos para a necessidade da comunidade, antes de olhar para a necessidade do mercado, pensando nas potências dessa comunidade e em como produzir algo que ela mesma poderá consumir e usufruir.

FICHA TÉCNICA

 

Direção Criativa, Metodológica e Design
Marcelo Rosenbaum

Direção executiva
Adriana Benguela

Designers Convidados
Paulo Biacchi
Bertjan Pot
Sarah Colson

Design Gráfico e Direção de Arte
Fabiana Zanin

Documentação em Foto e Vídeo
Diego Cagnato

Coordenação Executiva e Articulação Institucional
Mônica Barroso

Pesquisador de Conteúdo
Frederico Duarte